terça-feira, 15 de janeiro de 2013

FOMO


O abate do cão Zico, a mala da Pepa, o post da sumol... Desde já, dou os meus parabéns a quem não faz a menor ideia daquilo a que me refiro. Já para os outros, aqui vai: basta.

Ao termo de cinco anos de facebook, acho que já cusquei, já partilhei, já critiquei que baste. Não vou boicotar mas vou-me educar. Sim, educar, porque em abono da verdade interessa-me aqui questionar se estarei ou não dependente nalgum grau que seja ao facebook e outras tecnologias.

A minha primeira resposta será um rotundo não: até porque eu nem sou um fervoroso consumidor de redes sociais além de que não uso consola de jogos, vejo pouca tv e mais: até tenho lido livros, o que nestes tempos fará de mim um intelectual!

Resta contudo, que no momento em que estou a escrever estas linhas, tenho ali a tv ligada, o computador em que escrevo e o telemóvel que nunca anda muito longe: são três ecrãs que criam uma espécie de sussurro ambiente; daqueles tapetes audiovisuais que até já passam desapercebidos, o que, lá está, me leva a achar que não apenas nada se passa como tudo isto é normal.

Mas por falar em  norma, convido quem queira a pesquisar na net a sigla FOMO, acrónimo de Fear Of Missing Out, e que se traduz numa necessidade acentuada de verificar se há mails novos; ver se o post que pusemos online tem likes ou ainda quantas visitas terá tido o nosso blogue desde há uma hora atrás... Além do FOMO, há também a NOMOPHOBIA – NO MObile PHOBIA – que já merece consultas da especialidade em adictologia. E  como devem imaginar, isto é só o inicio.

Acredito que para a maioria este meu discurso pareça extremado: porque a reação primeira será a de achar que estou a exagerar; que é normal deixarmos a tecnologias imiscuir-se em nós e nas nossas agendas.

Eu, quanto a isso, deixo a cada um o poder de definir o que é normal.

Eu, para mim, assumo deste post em diante a minha vontade de ser mais criterioso quanto à informação com que me alimento: menos reação, mais escolha; menos simultâneo, mais concentração e mais fruição; menos mais, mais menos.



5 comentários:

  1. Neste caso e em tantos outros, menos é mesmo mais!! Força para fugir a esses momos e bobos e tolos. :)*

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  2. E assim se vai revelando o caminho, caminhante. Bela viagem...

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  3. Autorizem-me aqui um momento fadista... Obrigado, obrigado, obrigado :)

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  4. Julgo haver uma necessidade coletiva de alheamento do agora, não fosse a dita austeridade não nos largar. Outros factores existiram para esta ânsia de "cegueira". No entanto, cabe ao Eu decidir que caminho seguir, procurar e encontrar-se. Julgo que seja qual for o "acontecimento" incómodo, embaraçoso, enriquecedor, divertido, ou vazio do momento, serão todos eles bem vindos para que a tal procura seja consumada.

    E agora pega lá mais um smile... que isto de andarmos em "manadas" a facebokear tem destes vícios ;)

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