sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Poortugal


Se eu fizesse uma peça de teatro

Recriaria um call center como cenário

Um espaço saturado de luz

Com uma janela que deixasse adivinhar a madrugada lá fora

Seria um espaço moderno e esquizóide

Tudo ali seria fragmento

Pedaços de pessoas e pedaços de conversas

Gostava de ali retratar uma galeria de precários

Desde empregadas de limpeza que atravessariam o espaço com um crioulo bem disposto

Até operadores telefónicos que aprendem a conhecer o vizinho entre duas conversas

Passando por interlocutores telefónicos solitários ou irados

Esta peça chamar-se-ia Poortugal

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